VARICELA/COQUELUCHE/SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA  

      VARICELA     

     A varicela (ou catapora) é uma doença comum em crianças, que pode causar problemas graves.

  •   A catapora ocorre em todo o mundo - estima-se que 60 milhões de pessoas (na maioria crianças) contraiam catapora todos os anos.
  •   A catapora é causada por um vírus que é transmitido com muita facilidade de uma pessoa para a outra.
  • A catapora pode causar problemas graves e, em alguns casos, até a morte.

     Os sintomas de catapora geralmente são:

  •   Cansaço.
  •   Cefaléia.
  •   Erupção cutânea (vesículas).
  •   Febre:  Temperaturas de até 40oC não são raras nos casos graves de catapora, nos quais o corpo fica coberto de erupções.
  •   Perda de apetite.

      A erupção começa no pescoço, nuca e tronco da criança, espalhando-se rapidamente para o rosto, braços e pernas. Pode se espalhar para dentro da boca, do nariz, das orelhas e de outros orifícios do corpo da criança.

      A erupção consta de inúmeras vesículas pruriginosas, ou seja, que coçam intensamente, e que começam a cicatrizar em aproximadamente 4 ou 5 dias.

     A complicação mais comum observada em crianças com catapora é a infecção cutânea, que pode resultar em cicatrizes permanentes.

     Se seu filho coçar as vesículas da catapora antes da cicatrização, elas podem ficar infeccionadas.

     Quando ficam infeccionadas, essas vesículas transformam-se em pequenas ulcerações, que podem deixar cicatrizes permanentes na pele:

     Entre outros problemas graves que a catapora pode causar, incluem-se:

  •   Edema cerebral.
  •   Perda de coordenação muscular. 
  •   Pneumonia. 
  •   Infecção de ouvido.
  •   Herpes zoster (erupção cutânea dolorosa, que pode ocorrer anos mais tarde).
  •   Síndrome de Reye - doença rara, que pode surgir em decorrência do uso de aspirina durante a infecção da catapora (entre os sintomas incluem-se náusea, vômito, cefaléia, cansaço e convulsões) .

A CRIANÇA QUE CONTRAI CATAPORA DEVE SER ORIENTADA NO SENTIDO DE NÃO COÇAR AS VESÍCULAS.

 

     A propagação da catapora é muito fácil, podendo espalhar-se de uma pessoa infectada para outra das seguintes formas:

  •   Pelo ar, quando uma pessoa infectada tossir ou espirrar.
  •   Pelo contato direto com uma pessoa infectada, geralmente através da secreção das vesículas.

     Antes de as pessoas infectadas apresentarem erupção ou saberem que estão com catapora, elas espalham a doença para outras pessoas.

     Uma pessoa com catapora pode espalhar a doença para outras pessoas 1 a 2 dias antes do surgimento da erupção, ou até que todas as bolhas tenham secado, possivelmente depois de 10 dias.

     Se alguma pessoa em sua casa contrair catapora e houver outra que nunca tenha tido catapora, há uma chance de 9 em 10 de que esta última contraia a doença.

     Portanto, a criança com catapora deve ficar em casa, sem freqüentar a creche ou a escola, por no mínimo uma semana, ou mais.

VACINAÇÃO

 

     A vacinação com uma vacina eficaz, bem tolerada e de alta qualidade contra a catapora é uma das melhores formas de se proteger contra a doença.

  •   Aproximadamente 9 entre 10 pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra a doença.
  •   Se uma criança que tiver sido vacinada contrair catapora, a doença geralmente vai se manifestar de forma muito mais leve, com poucas vesículas, febre mais baixa e recuperação mais rápida.
  •  A vacinação contra a catapora é geralmente bem tolerada.
  •  A maioria das pessoas vacinadas não apresenta efeitos colaterais.
  • Qualquer criança, adolescente, ou adulto que não tenha tido catapora deve ser vacinado.
  • Crianças sadias com 9 meses a 12 anos de idade devem receber uma dose da vacina A partir dos 13 anos de idade devem receber duas doses da vacina, separadas por um intervalo de 4 a 8 semanas

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 COQUELUCHE  

 

            É uma doença infecciosa altamente contagiosa que causa intensa bronquite. A principal característica da coqueluche é a presença de tosse forte e prolongada, daí o nome popular de "tosse comprida". No Brasil, a doença está controlada, porém, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em 2011 foi registrado um surto de coqueluche, e até julho já haviam sido contabilizados mais casos do que em todo o ano de 2010.

            A coqueluche é causada por bactérias chamadas Bordetella (pertussis e parapertussis). A sua transmissão é por via respiratória, ou seja, por gotículas de saliva no ar ou objetos. Seu período de incubação é de seis a vinte e um dias.

A coqueluche se manifesta classicamente em três estágios.

 

Estágio catarral

Semelhante ao resfriado comum: febre, coriza, espirros e tosse irritativa

 

Estágio paroxístico

Cerca de duas semanas após, a tosse se torna paroxística, caracterizando-se por acessos repetidos, dezenas de tossidas sem intervalo para inspiração, seguidas de um ruído inspiratório característico(guincho). A face se torna vermelha ou até azulada(cianótica) a cada acesso de tosse. A criança pode perder momentaneamente a consciência ao final de uma crise de tosse, ou vomitar, devido à intensa produção de muco.

 

Estágio de convalescença

Os sintomas começam a regredir progressivamente. A duração total da doença pode alcançar seis a dez semanas.

 

Complicações

As complicações mais frequentes incluem: convulsões, pneumonias e broncopneumonias, encefalopatias e morte. A taxa de mortalidade é mais elevada até o sexto mês de vida, diminuindo gradativamente até um ano de idade.

 

Diagnóstico

Na maioria dos casos o diagnóstico é baseado no quadro clínico. O hemograma pode apresentar alterações sugestivas. O RX de tórax pode mostrar apenas imagem sugestiva de bronquite. Exames específicos como cultura são tecnicamente muito difíceis de se realizar.

 

Prevenção

A imunização de rotina contra a coqueluche é feita habitualmente através de 5 doses da vacina tetravalente (aos 2, 4, 6, 15 meses e reforço de  4 a 6 anos)disponível nos postos públicos de vacinação. Ou nas clínicas particulares na apresentação acelular.  O uso da vacina acelular ao invés da vacina TETRA (DTP+ Hib - difteria, tétano, pertussis+ Haemophilus influenzae tipo B) proporciona a mesma cobertura imunológica com diminuição da incidência de reações adversas.

A vacina protege por cerca de 10 anos e por isso, deve-se pensar em realizar reforços na adolescência e idade adulta, o que só é possível nas clínicas particulares onde está disponível a vacina acelular (DTPa) para adolescentes(a partir dos 10 anos de idade) e adultos, que, infelizmente, ainda não existe na rede pública.

O Instituto Butantã está desenvolvendo uma vacina contra a coqueluche para bebês menores de seis meses, período em que a doença é mais letal. 

A vacinação atual imuniza a criança contra a coqueluche (pela D ou DTPa ), com 3 doses no primeiro semestre de vida,deixando o bebê protegido somente após a terceira aplicação A vacina convencional contém bactérias mortas, que despertam o sistema imunológico e induzem a produção de anticorpos capazes de destruir o microrganismo. É a chamada imunidade humoral que, justamente nos bebês com menos de seis meses, ainda não funciona direito. Os cientistas do Butantã buscaram inspiração em outra vacina que, já nos primeiros meses de vida, induz respostas imunológicas satisfatórias: a BCG, usada no combate à tuberculose. Inoculada poucos dias após o nascimento, protege a criança de um eventual contágio materno. Não depende da ação dos anticorpos, mas da imunidade celular - recrutamento de células do sistema de defesa que já funciona com razoável eficácia nos bebês. Os pesquisadores inseriram um gene da bactéria Bordetella no bacilo atenuado da tuberculose bovina (usado para produzir a BCG), que passou a produzir uma proteína característica da Bordetella. Desta forma, a linhagem transgênica do bacilo tornou-se apta para ensinar o sistema imunológico a reconhecer e combater não só a tuberculose mas também a coqueluche.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

           

SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA

 

Doença causada pelo vírus Coxsackie, principalmente pela variedade A16, altamente infecciosa e contagiosa em crianças.

Afeta em geral crianças abaixo de 5 anos de idade. Nas crianças em fase escolar ocorre com menor frequência e raramente ocorre em adultos.

Os surtos são mais freqüentes na primavera e no outono.

Quadro clínico

Usualmente o período de incubação é de 4 a 6 dias.

Febre de intensidade variável. Alguns casos podem ocorrer sem febre.

Habitualmente a criança apresenta estomatite (aftas) e gânglios aumentados no pescoço.

Surgem a seguir, em pés e mãos, lesões vesiculosas (como pequenas bolhas) branco-acinzentadas com base avermelhada, não pruriginosas e levemente dolorosas. As lesões podem aparecer também na área da fralda.

Trata-se de uma infecção de natureza moderada e o exantema regride entre 5 e 7 dias.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, pois o quadro é bem característico. Geralmente não é preciso realizar exames complementares.

Tratamento

É sintomático.

Inclui medidas orientadas para as viroses de uma maneira geral:

• repouso

• alimentação leve

• boa ingesta de líquidos

A febre, se presente, pode ser controlada com o antitérmico habitual. Idas frequentes ao pronto-socorro não alteram a evolução da doença, pois a virose é auto-limitada, ou seja, melhora espontaneamente, com a própria defesa do organismo.

Em alguns poucos casos, quando as lesões da boca comprometem a ingesta de líquidos, é preciso medicação de alívio e até mesmo internação para hidratação endovenosa.

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